É vazio. É enorme. É nada e me preenche tanto. Por mais incrível que possa parecer, é sentimento e me domina. Teoricamente é ele, a solução dos problemas. É tudo, mas constantemente se apresenta como intruso.
Já o conhecia de outros carnavais. Mais precisamente, de três carnavais atrás. Com menos idade, menos caminhadas, menos vítimas e mais leveza. Ele já me fez tão bem e se mostrou ser tão perspicaz.
Já me fez ser interessante. Já me fez ser despojada. Já me fez ser mais maléfica - do que agora. Já me deu paz. Já me ajudou a pensar - mais do que penso.
Mas hoje é incômodo, é chato e barulhento.
Onde já se viu sentir nada, por nada, nem ninguém? Cadê o frio na barriga? Cadê a esperança boba de uma ligação? Cadê a luz de uma paixão?
Poderia suspirar por aquele idiota que fiquei ontem, ou quem sabe pelo meu melhor amigo, que tanto me ama...Ou sei lá, voltar com meu ex?!
Que pecadora! Deveria ser enforcada em praça pública! Que mulher maluca, que pede pelo tudo, quando tantas querem esse nada.
Que na real, não significa nada. Mas é um tudo. Tudo que você deveria ser e não é. Sentir mas não sente. Vê, mas não acredita.
Esse sentimento é a manifestação mais sincera do seu eu. É o seu coração pedindo um tempo, é a mente tirando férias do fardo das guerras amorosas. É as palavras implorando para serem amadas exclusivamente.
Alguns chamam de desapego, mas eu sou antiquada. Eu a chamo de liberdade. É a minha passagem pra ser quem eu quiser, quando quiser, como quiser!
Outros falam que é solidão, mas eu denomino de "auto-companheirismo", me encho de neologismos e digo que assim como as palavras, a vida precisa sempre ser reinventada.
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